domingo, 31 de outubro de 2010

Enquanto olhavamos a Lua

Hoje é sexta feira são 19:30 da noite, já treinei minha turma inteira, e fui da uma volta com o Lulther, que pra quem não o conhece, é o meu cão, um labrador champanhe, que está nas fotos do passeio na trilha, só olharem as postagens anteriores que vocês vão achar, próximo da minha casa. O passeio como sempre divertido, onde ele tem consciência da liberdade e dos limites que aprender a respeitar desde filhote. Ao chegarmos me deitei na varanda na companhia dele. Ele rodeou, rodeou e como de costume, se jogou em cima de mim se ajeitou até que achasse a posição perfeita pra ele, em que minha mão pudesse percorrer da ponta do focinho dele até a barriga dele, deitado lateralmente, seu carinho preferido.
A lua estava cheia e tão clara, que até ele ficou olhando pra ela. Fazendo carinho nele comecei a me recordar quando fui ao canil para escolhê-lo, quando ele chegou a minha casa e algumas peripécias de filhote. O reconhecimento dele no seu espaço, os primeiros ensinamentos, as primeiras ordens, e quando ele andou solto pela primeira vez, o susto que ele me fez passar ao correr em direção de uma turma matinal de crianças, em um colégio próximo da minha casa, que atravessa a rua alegres e contentes, só me dando a opção de gritar “ ele não é bravo não...” após um momento de pânico e correria das crianças com um pouco de medo, tudo deu certo e quase todos, após o susto, encheram ele de mimos e carinhos, enquanto ele abanava o rabo de maneira vigorosa, se divertindo, como sempre. Me recordei também das longas manhãs e tardes que ele passava comigo, trabalhando é claro, ensinando os meus outros alunos a se comportarem diante de outros cães, e também nossos treinos de corrida e natação em que nós ficávamos exaustos.
Hoje ele deitado aqui ao meu lado, até suspirando, tranqüilo, ninguém falaria que ele era, segundo os manuais de escolha pra um filhote equilibrado, era o mais pestinha da turma e o que nunca se deveria escolher pra levar pra casa. E não se iludam, nunca contei pra ele que sou um treinador de cães, pra ele foi, é e sempre será, diversão, tanto no passeio que fizemos agora, como o encontro com outros cães, as aulas de obediência, assim como os passeios na Trilha de Cascatinha.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A determinação dos cães

Já observaram como os cães têm uma determinação surpreendente pra alcançar algo em algum lugar, para tomarem algo de sua mão, para chegar a algum cheiro que lhe chamou atenção, para roer ou destruir seu jardim, ou seus sofás, osso ou algum plástico que lhe desperte atenção, para andar na frente do seu dono na hora da caminhada, ou passar pelo portão da rua quando você menos espera e por fim, para fugir do dono na hora de alguma medicação.
Em outra situação, quando você o presenteia com um osso, dos que eu recomendo o da canela de boi, donos já me contaram que o cão ficou dois dias seguidos somente pra roer o osso todo. Outro exemplo é a esperteza por passar, quando menos imagina, pela porta, antes de você.
Quando você inicia uma brincadeira, ele participa e parece que nunca cansa, querendo estender a brincadeira por horas a fio.
Além desses exemplos, eu poderia citar muitos outros provando que os cães, quando estão concentrados, usam toda sua energia para alcançar aquele objeto de sua atenção. O ideal é que usemos essa determinação para a obediência, como todos deveriam saber, o cão sente alegria por receber atenção do seu dono, esta pode ser usada com o ensinamento de ordens, e também na delimitação dos limites, estes que o cão vai aprender, desde filhote, que sempre respeitará com alegria, durante toda sua vida. Claro que ela, a determinação, está muito ligada à quantidade de energia que o cão, tem uma relação com sua idade e com o nível de atividade que o cão tem durante o dia. Lembrando que esses níveis de energia variam de raça pra raça. Vários cães que participo da educação e treinamento, alguns nem de perto tem o comportamento e o nível de energia descrito nos folhetins das raças. Uma outra questão a ser observada, que sempre gosto de comentar com meus clientes, é que um cão que é muito quieto quando filhote, quando não tem curiosidade e a determinação de filhote, faz se necessário comunicar ao seu veterinário, pois esse comportamento não é natural e pode estar deixando claro algum problema de formação óssea ou muscular. Ou seja, cães saudáveis vão sempre ter curiosidade e a necessidade de descobrir coisas, barulhos, cheiros e seres que movimentos ao seu redor. Meu papel é transformar essa determinação, que sem a devida orientação, pode se tornar desobediência, porém com as regras e procedimentos certos, pode ser transformada em submissão, alegria, disciplina e obediência.